Será que aquela parede que está sempre úmida, vive mofada e com o emboço descascando tem jeito? E como evitar isso numa obra feita do zero? Descubra isso e muito mais neste artigo!
Trincas, fissuras ou esquadrias mal instaladas fornecem um caminho por onde a água pode chegar até as paredes causando umidade. Por isso, existem alguns detalhes para os quais você deve estar atento na hora de fazer uma obra do zero, de maneira a evitar esse tipo de transtorno.
E mesmo que você vá fazer uma reforma numa obra já pronta, na qual o problema já esteja instalado, ainda tem muita coisa que você consegue sim consertar, se souber o que fazer. No entanto, se não ler este artigo e ficar tentando um monte de coisas, você não vai conseguir resolver, vai deixar seu cliente frustrado e vai manchar sua reputação no mercado de construção – e nós não queremos que isso aconteça!
Então, leia até o final e preste bastante atenção em tudo que vamos te ensinar, combinado?
O primeiro passo para resolver o problema de umidade ou infiltração na parede é entender por que essa infiltração está acontecendo. Você precisa verificar se é uma umidade que acontece por conta de chuva ou se tem alguma instalação hidráulica vazando dentro da parede.
Quando o problema está na instalação hidráulica, a parede fica sempre bem úmida, mesmo em dias quentes e sem chuva. É necessário fazer essa verificação porque se for problema na instalação, você tem que resolver a instalação primeiro ou nada do que vamos te mostrar aqui vai adiantar.
Se não houver problema na instalação hidráulica, você dá graças a Deus pelo livramento (!) e vai verificar a fachada. Se alguma vez você já precisou fazer reforma para consertar tubulação, você sabe do que estamos falando!
A ação do tempo (chuva, sol) ou o uso de materiais de baixa qualidade pode fazer com que comecem a surgir microfissuras, trincas ou desgastes na fachada. E quando existem essas trincas ou fissuras, a água da chuva entra por elas e pode causar infiltrações. Por isso, antes de pensar em impermeabilizar a parede e tudo mais, precisamos resolver essas patologias na fachada.
Mas esses não são os únicos motivos para o surgimento dessas trincas. Um traço mal feito, a não utilização de vergas e contravergas ou má instalação de esquadrias também podem causar esses problemas. Isso sem falar do problema de encunhamento mal feito no encontro da viga com a alvenaria. Bora falar sobre cada um desses problemas para você saber como evitá-los ou resolvê-los nas suas obras.
Como profissional que é, temos certeza que você sabe que existem diversos tipos de traço. As proporções de cimento, areia, brita e água vão depender de cada uso: se é para contrapiso, laje, reboco, emboço e por aí vai. Inclusive, o melhor é você especificar exatamente o traço que deverá ser utilizado em cada caso ainda no projeto, respeitando todas as normas, para não ter nenhum tipo de dúvida e não deixar para resolver na hora da obra. Usar o traço correto é fundamental para evitar o surgimento de trincas ou fissuras futuras na fachada e também para realizar o reparo do jeito certo quando é um problema numa obra já existente.
Outro cuidado fundamental é utilizar vergas e contravergas nas esquadrias. Essas peças fazem a distribuição das cargas por cima das portas e janelas. Quando elas não são colocadas, começam a aparecer aquelas trincas na diagonal e não há conserto com cimento ou argamassa que você possa fazer que vá resolver.
Portanto, se for uma obra do zero, garanta que as vergas e contravergas sejam instaladas corretamente no vão das esquadrias para não ter esse problema depois. E se você for fazer uma reforma e vir que elas não foram instaladas na casa do cliente, vale conversar com ele e considerar a possibilidade de retirar a janela ou porta para poder fazer a instalação adequadamente. Se ele não quiser fazer porque pode ser que se perca o material da esquadria, tudo bem, mas deixe claro que será apenas uma solução paliativa e que essas trincas irão surgir novamente e, consequentemente, a infiltração também.
Além das vergas e contravergas, há outros cuidados na instalação das janelas que precisam ser tomados se você quiser evitar problemas de infiltração nas paredes. Um deles é a utilização de peitoril com pingadeira. O material mais utilizado para o peitoril é o granito porque ele é bem resistente, bonito e tem um ótimo custo-benefício, mas o peitoril também pode ser feito de mármore, ardósia, PVC, aço galvanizado ou ainda de concreto ou madeira (no caso destes últimos dois, precisa fazer um tratamento para impermeabilizar e não ter problemas).
Qualquer que seja o material que você escolha usar no peitoril, para que a água não fique empoçando ele tem que passar mais ou menos 2,5cm a 3cm para fora do vão da janela e tem que ter uma inclinação de pelo menos 1% para a água escorrer. Além disso, como já falamos antes, PRECISA ter a pingadeira, que é aquele corte por baixo dele que vai fazer com que a água corra até ali e pingue antes de chegar na parede. Essa pingadeira tem que existir na platibanda, em telhados embutidos e até no muro também, viu?!
O peitoril também precisa entrar cerca de 1cm de cada lado do vão da janela. Se isso não acontecer, a água vai acumular ali e vai ficar escorrendo pela parede. A vedação entre a parede e o peitoril nesse cantinho deve ser feita com massa PU ou argamassa com aditivo impermeabilizante.
O formato mais comum do peitoril é reto, que é aquele em que a janela é instalada em cima dele. Mas tem duas outras formas que você também pode usar. Nas duas, o peitoril é dividido em duas partes e a janela é instalada no meio do vão. A diferença é que essas partes podem ser da mesma altura – o que nós não recomendamos porque pode ficar mal colocado e dar problema de entrada de água por ali – ou a parte de dentro pode ser um pouco mais alta, fazendo com que se aumente a proteção contra a entrada de água.
E atenção: quando as janelas são de madeira ou PVC, naqueles modelos mais robustos e pesados, precisa ser feita a instalação dos marcos e contramarcos. Eles são chumbados na alvenaria e determinam o encaixe das esquadrias, então eles precisam estar muito bem alinhados e fixados. Se não forem bem colocados, tanto pode entrar água por alguma fresta quanto pode começar a acontecer fissuras ou trincas na fachada (sem falar que as janelas vão começar a apresentar problemas para abrir e fechar também).
Esses mesmos cuidados com vergas, marcos e contramarcos devem ser observados para a colocação das portas. E lá vai uma #dicapedrada para você. Sempre que possível, procure trabalhar com kits de portas prontas porque o acabamento fica muito superior a quando fazemos a montagem com marcos. E sempre verifique se as portas e janelas estão fechando bem e se as vedações foram bem feitas. Foram aplicados os impermeabilizantes? O silicone foi colocado da forma correta? Só libere o montador depois de fazer essas verificações. Fique de olho!
As trincas também podem surgir por conta de encunhamento mal feito. Se essa a junção entre a viga e a alvenaria não for bem feita, a contração e dilatação desses materiais faz com que se choquem um no outro e apareçam as trincas. Para resolver, se for uma obra do zero você tem que fazer direito esse encunhamento, mas se for uma reforma, você pode colocar um tela de poliéster na fachada, bem no local onde esses dois materiais se encontram, e criar um friso estrutural para que, caso a trinca aconteça, ela aconteça dentro desse friso.
Resolvidos os problemas de trincas e outras frestas por onde a água possa estar entrando, passamos para a fase do tratamento das paredes. Não adianta querer colocar revestimento por cima porque a água vai passar e com o tempo esse revestimento vai soltar. Naquelas paredes que apresentaram o problema de umidade e naquelas em que pega mais chuva, é preciso fazer um tratamento especial de impermeabilização.
Você vai retirar o reboco desses locais de deixar apenas no tijolo (se for obra do zero, aí já vai estar no tijolo mesmo, então você parte daqui). Depois, você vai passar a argamassa polimérica impermeabilizante para evitar que a umidade atinja o reboco novo. Em seguida, espere o tempo de cura da argamassa e faça o chapisco, emboço e reboco que precisarão ser aditivados com impermeabilizante.
Depois do reboco vem a massa acrílica e, por fim, vem a tinta que pode ser acrílica, lavável ou ainda tinta impermeável ou emborrachada (essas últimas são mais caras, então cuidado com o orçamento, ok?). Se for usar textura, basta preparar a fachada depois do reboco com uma seladora e aplicar a textura. Se colocar algum revestimento tem que usar argamassa específica, do tipo AC3. E se houver algum revestimento ou material poroso exposto como granito, concreto, tijolo aparente, ladrilho hidráulico ou blocos de concreto, você pode aplicar um hidrofugante líquido que é bem legal porque nem muda a cor do material.
Para fechar, se houver algum muro colado na parede, você vai precisar colocar uma pingadeira por cima desse muro também, inclinada para o lado contrário da parede, para que a água escorra para o outro lado. Utilize também rufos se houver encontro de telhado com a parede ou platibanda e coloque massa PU para não entrar água pela junção.
Pois é! Nós sabemos que problemas de umidade e infiltração são difíceis de resolver – isso quando dá para resolver. Mas aqui nós te entregamos tudo que sabemos sobre infiltração na parede e esperamos ter te ajudado, de verdade. É isso e muito mais que nossos alunos aprendem dentro da Certificação do Método Bora. Olha só o que o [nome do aluno] tem para dizer sobre a nossa certificação.
Se quiser saber mais sobre o Método Bora, acesse: https://www.metodobora.com.br/
Obrigado e até a próxima!
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